sábado, 28 de maio de 2011

Hereditariedade vs. Meio: qual se impõe?


Cada ser de uma determinada espécie,
apresenta características próprias da mesma.
Por sua vez, estes geram seres semelhantes
que herdam estruturas que determinam por
exemplo, que as aves voem, que os peixes
nadem, que os seres humanos falem. Este
processo é explicado pela hereditariedade,
isto é, pela transmissão da informação
genética de uma geração para a seguinte.

Contudo, o meio é factor co-responsável na
determinação das características que
diferenciam as espécies e os indivíduos.

O meio engloba todos os elementos
externos que intervêm no desenvolvimento de
um indivíduo. Neste sentido, pode afirmar-se
que, desde que é concebido até morrer, o
indivíduo sofre influência do ambiente. A
noção de meio, de ambiente, alargou-se até
ao meio intra-uterino.

Conclui-se que a hereditariedade proporciona
potencialidades que precisam de um meio
favorável para se desenvolverem.
A identidade de cada indivíduo é então
resultado desses dois factores.

in:
"Influências da hereditariedade e do meio na construção da identidade"

Para os mais curiosos, eis aqui um texto que explica bem este tema: http://pt.scribd.com/doc/46653188/Hereditariedade-Vs-Meio



Aqui fica um excerto de um texto que se debruça sobre a temática que confronta hereditariedade e meio.
“A questão da hereditariedade e o meio no desenvolvimento humano

A controvérsia hereditariedade e meio como influências geradoras e propulsorasdo desenvolvimento humano têm ocupado, através dos anos, um lugar de relevância nocontexto geral da psicologia do desenvolvimento.No princípio, o problema foi estudado mais do ponto de vista filosófico,salientando-se, de um lado, teorias nativistas, como a de Rousseau, que advogava aexistência de ideias inatas, e, de outro lado, as teorias baseadas no empirismo de Locke,segundo o qual todo conhecimento da realidade objectiva resulta da experiência, atravésdos órgãos sensoriais, dando, assim, mais ênfase aos factores do meio.Particularmente, no contexto da psicologia do desenvolvimento, o problema dahereditariedade e do meio tem aparecido em relação a vários tópicos. Por exemplo, noestudo dos processos perceptivos, os psicólogos da Gestalt advogaram que os factoresgenéticos são mais importantes à percepção do que os factores do meio. Por outro lado,cientistas como Hebb (1949) defendem a posição empirista, segundo a qual os factoresda aprendizagem são de essencial importância ao processo perceptivo. Na área deestudo da personalidade encontramos teorias constitucionais como as de Kretschmer eSheldon que advogam a existência de factores inatos determinantes do comportamentodo indivíduo, enquanto outros, como Bandura, em sua teoria da aprendizagem social,afirmam que os factores de meio é que, de fato, modelam a personalidade humana. Napesquisa sobre o desenvolvimento verbal, alguns psicólogos como Gesell e Thompson(1941) se preocupam mais com o processo da maturação como facto biológico,enquanto outros se preocupam, mais, com o processo de aprendizagem, como é o casode Gagné (1977), Deese e Hulse (1967) e tantos outros. Com relação ao estudo dainteligência, o problema é o mesmo: uns dão maior ênfase aos factores genéticos, comoé o caso de Jensen (1969), enquanto outros salientam mais os factores do meio, como ofaz Kagan (1969).Em 1958, surgiu uma proposta de solução à questão, por Anne Anastasi, quepublicou um artigo no Psychological Review, sobre o problema da hereditariedade emeio na determinação do comportamento humano.O trabalho de Anastasi lançou considerável luz sobre o problema, tanto do pontode vista teórico como nos seus aspectos metodológicos. Isso não significa que oproblema tenha sido resolvido mas, pelo menos, ajudou os estudiosos a formularem a pergunta adequada pois, como se sabe, fazer a pergunta certa é fundamental a qualquer pesquisa científica relevante.Faremos, a seguir, uma breve exposição da solução proposta por Anne Anastasi(1958), contando com o auxílio de outras fontes de informação.A discussão do problema hereditariedade versus meio encontra-se, hoje, numestágio em que ordinariamente se admite que tanto os factores hereditários como osfactores do meio são importantes na determinação do comportamento do indivíduo. Aherança genética representa o potencial hereditário do organismo que poderá ser desenvolvido dependendo do processo de interacção com o meio, mas que determina oslimites da acção deste.Anastasi  afirmou  que  mesmo  reconhecendo  que  determinado  traço  depersonalidade resulte da influência conjunta de factores hereditários e mesológicos, umadiferença específica nesse traço entre indivíduos ou entre grupos pode resultar de umdos factores apenas, seja o genético seja o ambiente. Determinar exactamente qual dosdois ocasiona tal diferença ainda é um problema na metodologia da pesquisa.Segundo Anastasi, a pergunta a ser feita, hoje, não mais deve ser qual o factor mais importante para o desenvolvimento, ou quanto pode ser atribuído à hereditariedadee quanto pode ser atribuído ao meio, mas como cada um desses factores opera em cadacircunstância. É, pois, portanto, mais preocupada com a questão de como os factoreshereditários e ambientais interagem do que propriamente com o problema de qual delesé o mais importante, ou de quanto entra de cada um na composição do comportamentodo indivíduo.Anastasi procurou demonstrar que os mecanismos de interacção variam deacordo com as diferentes condições e, com respeito aos factores hereditários, ela usavários exemplos ilustrativos desse processo interactivo.O primeiro exemplo é o da oligofrenia fenilpirúvica e a idiotia amurótica. Emambos os casos o desenvolvimento intelectual do indivíduo será prejudicado comoresultado de desordens metabólicos hereditárias. Até onde se sabe, não há qualquer factor ambiental que possa contrabalançar essa deficiência genética. Portanto, o indivíduo que sofreu essa desordem metabólica no seu processo de formação serámentalmente retardado, por mais rico e estimulante que seja o meio em que viva.”
Este excerto foi retirado do seguinte website: http://pt.scribd.com/doc/46653188/Hereditariedade-Vs-Meio, caso estejam interessados em ler o texto na integra.

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