domingo, 29 de maio de 2011

Finalizando este trabalho proposto como objecto de avaliação da unidade curricular de Psicologia do Desenvolvimento, afirmamos que publicámos no nosso blog toda a matéria abordada nesta mesma UC ao longo do segundo semestre. Tentamos sempre colocar a nossa opinião/crítica, apesar de acharmos que em alguns assuntos não seria pertinente fazer essa abordagem.
Com isto, tentamos sempre evoluir para melhor, sendo que este objecto de avaliação só nos ajuda a reflectir mais um pouco sobre cada assunto e a interiorizá-lo mais detalhadamente.

Resta-nos dizer que foi bastante gratificante a criação deste blog de modo a podermos ajudar outras pessoas que não estejam tão sensibilizadas para os assuntos aqui expostos, assim como para nos ajudar a desenvolver melhor as nossas capacidades cognitivas.


Um obrigada de todas nós a todos os visitantes e um agradecimento à professora Cláudia Dias.

Filipa Teixeira
Joana Ferreira
Letícia Ferreira
1ºA
2010/2011 

Psicanálise defendida por Freud

Segundo Sigmund Freud, existem cinco estádios de desenvolvimento psico-sexual: Oral, Anal, Fálico, Latência e Genital.
No ficheiro seguinte expomos as características que Freud apontou para cada estádio:

O Desenvolvimento moral de Kohlberg

A teoria do desenvolvimento moral é a mais conhecida de Lawrence Kohlberg, na qual afirma que através de um processo de maturação e interacção, todos os seres humanos têm a capacidade de chegar à plena competência moral, medida pelo paradigma da moralidade pós-convencional.
Para chegar à sua teoria, Kohlberg efectuou um estudo junto de 75 rapazes, através da apresentação de dilemas morais, analisando as respostas que estes davam.
O dilema de Heinz foi um dos mais utilizados por Kohlberg e, actualmente, continua a ser um dos mais populares em aulas de ética:
“Uma mulher estava a morrer com um tipo especial de cancro. Havia um medicamento que, segundo pensavam os médicos, podia salvá-la. Era uma forma de rádio que um farmacêutico, na mesma cidade, descobrira recentemente. A manipulação do medicamento era cara, mas o farmacêutico cobrava dez vezes mais do que o preço original do produto. Pagava €200 pelo rádio e cobrava €2000 por uma pequena dose de medicamento. O marido da senhora doente, Heinz, recorreu a toda a gente que conhecia para pedir o dinheiro emprestado, mas só conseguiu €1000, que era apenas metade do custo. Disse ao farmacêutico que a sua mulher estava a morrer e pediu para o vender mais barato, ou se podia pagá-lo mais tarde. Mas o farmacêutico disse “Não, descobri o medicamento e vou fazer dinheiro com ele.” Então, Heinz fica desesperado e pensa em assaltar a loja do homem e roubar o medicamento para a sua mulher.”
A questão mais importante que se coloca é: Heinz deverá, ou não, roubar o medicamento?
Com base em questões e dilemas deste género, Kohlberg inferiu sobre a existência de três níveis de raciocínio moral, cada um deles subdividido em dois. É de realçar que cada um destes estádios representa, mais do que uma decisão moral, uma forma de raciocínio moral. É, ainda, de salientar que é extremamente raro regredir/perder o uso das capacidades adquiridas em estádios mais elevados, do mesmo modo que não é possível saltar estádios, pois cada um fornece uma nova e necessária perspectiva, mais abrangente e diferenciada da dos níveis anteriores, mas ainda assim integrada neles. Os estádios não avançam em "bloco", podendo a pessoa estar num determinado nível numa área, e noutro nível numa outra área. Logo, é possível afirmar que se tratar de uma teoria é dinâmica, na qual todo o indivíduo é capaz de transcender os valores da cultura em que foi socializado, podendo modificar a própria cultura.
Nível 1: pré-convencional (crianças até aos 9anos, mas também alguns adolescentes e a maioria dos delinquentes)
Neste nível, o juízo da moralidade é feito com base nas consequências directas das suas acções – o indivíduo raciocina em relação a si mesmo; o sujeito neste nível ainda não adoptou ou internalizou as convenções da sociedade sobre o certo e o errado.
Estádio 1: punição e obediência
A moralidade para o indivíduo consiste em obediência cega às regras e à autoridade e evitar o castigo. Por exemplo, uma acção é vista como errada apenas porque aquele que a cometeu foi punido; a gravidade de uma acção mede-se pelas suas consequências. O autor tem em conta um ponto de vista meramente egocêntrico, não distingue entre seus interesses e os dos outros.
Estádio 2: individualismo e troca instrumental
 É aquele em que a pessoa é movida apenas pelos próprios interesses. O comportamento moral consiste em seguir as regras, quando estas forem do interesse imediato do sujeito. Em certas circunstâncias, o actor reconhece os outros e os seus interesses, mas esses também têm que servir as suas necessidades. O respeito pelos outros não está baseado em lealdade ou respeito mútuo, mas no sentido de "uma mão lava a outra".
Nível 2: convencional (da adolescência em diante; a maior parte das pessoas mantém-se aqui)
 Indivíduos neste nível caracterizam-se pela aceitação das convenções sociais a respeito do certo e do errado; obedecem às regras e seguem as normas da sociedade mesmo quando não há consequências pela obediência ou desobediência. Nunca, ou raramente, põem em questão a justiça e as regras.
Estádio 3: expectativas interpessoais mútuas; orientação para a aprovação e para agradar ao outros
Cada indivíduo te um papel a cumprir na sociedade e deve corresponder às expectativas que caracterizam essa personagem (filho, irmão,amigo..). O ponto de vista inclui as perspectivas dos outros e sentimentos compartilhados, que têm precedência sobre os interesses individuais. Estando bem patente o desejo de ser considerada “boa pessoa”, as acções são avaliadas com base nas intenções: o importante é ser simpático, leal e digno de confiança.
Estádio 4: sistema e consciência social, manutenção da lei e da ordem
É aquele em que a pessoa se move com base na obediência à autoridade e ordem social. O correcto é cumprir seu dever na sociedade, preservar a ordem social e zelar pelo bem-estar de todos. O indivíduo neste estádio assume o ponto de vista do sistema e considera os interesses individuais dentro desse quadro de referência mais amplo; a aprovação individual assume contornos mais discretos, em detrimento da sociedade. A justiça exige que se puna os infractores e que os cumpridores sejam recompensados.
Nível 3: pós-convencional (uma minoria de adultos)
Há uma crescente percepção de que os indivíduos são entes separados da sociedade, e de que a perspectiva do próprio indivíduo pode impor-se à visão da sociedade. Pessoas no nível pós-convencional compreendem e aceitam as regras da sociedade na sua generalidade, o que não implica que não as ponham em causa quando estas entram em conflito com os seus princípios morais, pois este tipo de indivíduos vive de acordo com seus próprios princípios abstractos sobre o certo e o errado – princípios que tipicamente incluem direitos humanos básicos.
Estádio 5: direitos pré-existentes e do contrato social ou utilidade
A visão de mundo de quem está neste estádio é de que as leis e as normas não são verdades absolutas, pois advêm do consenso geral da população que constitui a sociedade e, por isso, podem ser alteradas quando não respeitam a máxima do “maior bem para o maior número de pessoas”. Reconhecem que no mundo existem pessoas de diferentes opiniões, direitos e valores, e não sendo possível agradar a todas, haverá sempre conflitos. Nesta perspectiva, as leis são vistas como um contracto social, em detrimento de serem uma imposição, desde que respeitem direitos fundamentais como a vida e a liberdade individual.
Estádio 6: princípios éticos universais
Neste estádio, o certo e o errado é definido com base em princípios éticos adoptados pelo indivíduo: estes não são regras concretas, mas orientações gerais e abstractas baseadas numa noção de justiça universal, aplicável em qualquer situação; revelam uma consciência individual. Logo, pode-se afirmar que as leis e acordos sociais só são válidos na medida em que derivam de tais princípios. Assim, quando a lei viola esses princípios, é preciso agir de acordo com eles (em situação de conflito, os princípios adoptados pelo indivíduo prevalecem sempre sobre as leis da sociedade). Os princípios em questão são os da igualdade de direitos, o respeito pela dignidade humana…sendo que cada pessoa é vista como um fim e nunca como um meio (apresentam a capacidade de se imaginar no lugar do outro). O ponto de vista é universalista, transcendendo grupos e sociedades particulares, e baseia-se numa ética válida para todos; o individuo age porque é correcto, não porque tal acção é instrumental, esperada, legal, ou foi previamente acordada. Na perspectiva de Kohlberg, raras são as pessoas que atingem este estádio e os que conseguem tal feito são, por norma, martirizados por indivíduos em estádios inferiores, movidos pela “inveja” de tal potencial humano.

Para terminar, lançamos um pequeno desafio: responda ao dilema moral de Heinz apresentado acima e tente decifrar em qual estádio se encontra!

Teoria do Desenvolvimento Psico-Social de Erikson


Faça o download do ficheiro para visualizar a apresentação efectuada.

Desenvolvimento na Adolescência


Desenvolvimento Físico:
·         Maturação sexual;
·         Mudanças físicas.

Desenvolvimento Cognitivo:
·         Desenvolvimento por estádios (Piaget);
·         Raciocínio hipotético – dedutivo.

Desenvolvimento Psicossocial:
·         Relação com os pares;
·         Construção da identidade (moratória psicossocial).

Adolescência
A adolescência é uma época da vida humana marcada por profundas transformações fisiológicas, psicológicas, afectivas, intelectuais e sociais vivenciadas num determinado contexto cultural.
A puberdade muda o corpo, a mente e os afectos da criança. Os adolescentes entram numa nova fase existencial, banhados por novas pulsões, novas sensibilidades, novas capacidades cognitivas, novas dificuldades nos seus pontos de referência.
A adolescência começa com as transformações pubertárias e termina com a construção de uma autonomia e aquisição de identidade, capacidade de suportar tensões e contrariedades, de elaborar projectos de vida e de inserção social.
               - Aspectos fisiológicos
Numa fase de pré – puberdade, que dura mais ou menos dois anos, ocorrem mudanças corporais que preparam as transformações fisiológicas da puberdade, isto é, a possibilidade de ejaculação e a menstruação.
Os órgãos sexuais entram em funcionamento e são estas modificações que vão marcar a sexualidade adolescente por uma genitalidade e possibilitam a capacidade da função reprodutora.
               - Aspectos Afectivos
As transformações corporais levam o jovem a voltar-se para si próprio, procurando perceber o que se está a passar, para se entender mais profundamente enquanto pessoa.
Os adolescentes vivem com grande ansiedade as transformações do seu corpo. Estes sentimentos são tanto mais inesperados quanto as crianças se sentiam bem no seu corpo antes das transformações pubertárias. O adolescente tem de assumir uma imagem corporal sexualizada, o que nem sempre é fácil.
A incompreensão de que muitas vezes se sentem vitimas é, frequentemente, uma projecção da sua própria dificuldade em se compreenderem intimamente.
N a adolescência, os modelos de identificação deixam de ser os pais para passarem a ser os jovens da mesma idade, o grupo de pares, num processo de autonomia, de individualização.
               - Aspectos intelectuais
A adolescência é uma fase em que se obtém uma maturidade intelectual. O pensamento formal vai abrir novas perspectivas; exercitá-lo é pôr-se questão, é problematizar jogando com as várias perspectivas dos assuntos, é aprender, é criticar, é interrogar o futuro e a sociedade.

sábado, 28 de maio de 2011

Aprender o Mundo (Infância)


Apesar de se pensar que os recém-nascidos não vêem nada mais do que uma imagem desfocada, a maior parte das investigações indica que as capacidades dos recém-nascidos são bem mais surpreendentes.
 Se por um lado os olhos dos recém-nascidos têm dificuldades em modificar a forma do cristalino, tornando difícil focar objectos que não estejam a 20cm de distância da face, por outro lado conseguem seguir objectos que se movem dentro do seu campo visual. Eles possuem capacidades rudimentares de percepção da profundidade, dado que reagem levantando as mãos quando se aproxima rapidamente um objecto em direcção à face.
De facto, os bebés recém-nascidos têm a capacidade de discriminar expressões faciais e até mesmo de as imitar, quando estão expostos à expressão facial de adulto contente, triste, ou surpreendido, sendo capazes de produzir boas imitações.
Diversas outras capacidades visuais desenvolvem-se rapidamente após o nascimento. No final do primeiro mês, os bebés conseguem distinguir umas cores de outras, e depois dos 4 meses podem prontamente focar objectos perto ou longe da face. Por volta dos 4 ou 5 meses são capazes de reconhecer objectos a duas ou a três dimensões, e podem fazer uso dos padrões da gestalt.
Para além da visão, as restantes capacidades sensoriais do bebé são deveras impressionantes. Os recém-nascidos conseguem distinguir diferentes sons, de tal forma que, com três dias de vida, são capazes de identificar a voz da sua mãe, sendo também capazes de efectuar distinções linguísticas subtis. Com dois anos de vida, os bebés são capazes de distinguir entre a sua língua materna, estrangeira e conseguem distinguir entre sons semelhantes como ba e pa quando têm apenas 4 dias. Resta ainda acrescentar que eles são capazes de discriminar sabores e cheiros a partir de uma idade precoce.

Desenvolvimento na Infância

·         Desenvolvimento Físico e Social
O recém- nascido nasce com certos reflexos que são críticos para a sobrevivência e desenvolvem-se naturalmente representando a maturação progressiva da criança:
-  O reflexo dos pontos cardeais, que consiste na rotação da cabeça do bebé em direcção a um estimulo na sua face (mamilo da mãe ou a tetina do biberão).
-  O reflexo da sucção capacita o bebé para sugar coisas que tocam na sua boca.
-  O reflexo de Startle é a série de movimentos em que a criança afasta os braços do corpo, abre os dedos em leque e faz extensão do tronco, aquando de um barulho súbito.
-  No reflexo de Babinski os dedos dos pés do bebé abrem em leque quando o bordo externo da planta do pé é estimulado.
Estes reflexos primitivos são integrados e substituídos por comportamentos motores mais organizados e complexos durante os primeiros meses de vida.

·         Crescimento após o nascimento
O crescimento físico da criança é provavelmente o sinal mais óbvio do seu desenvolvimento. As mudanças físicas ocorrem durante o desenvolvimento das crianças não são apenas uma questão de aumento do crescimento; a relação entre o tamanho das diferentes partes do corpo relativamente umas às outras muda dramaticamente com a idade. Por exemplo, a cabeça do recém-nascido é desproporcionadamente grande. Contudo, o tamanho da cabeça rapidamente se torna proporcionado em relação ao resto do corpo, à medida que o corpo vai crescendo.
·         Desenvolvimento do comportamento social: receber o mundo
Quando um bebé sorri ao ver a sua mãe pode-se adivinhar que as crianças estão a crescer fisicamente e a aperfeiçoar as suas capacidades de percepção e que estão a desenvolver-se socialmente. A natureza do desenvolvimento social precoce do bebé constitui a base ou alicerce daquilo que será o seu relacionamento social no resto da vida.
A ligação emocional positiva (vinculação) que se desenvolve entre uma criança e uma pessoa em particular, é a mais importante forma de desenvolvimento social que ocorre durante a infância.

Desenvolvimento, Crescimento e Maturação



O desenvolvimento é um conceito que se refere ao conjunto de transformações do ser humano ao longo da sua vida. É um processo que se inicia no momento da concepção e termina na morte, e em que estão envolvidos múltiplos factores: biológicos, cognitivos, motores, morais, emocionais, linguísticos, afectivos, sociais…
O crescimento é o desenvolvimento do indivíduo desde o nascimento à maturidade em função dos factores internos (potencial genético) e externos (influência do meio); Resulta do aumento e multiplicação das células do funcionamento do sistema hormonal.
A maturação é um processo de actualização de determinada função biológica ou psicológica; depende da interacção do indivíduo com o meio exterior; desenvolvimento de estados funcionais mais ou menos acabados e estáveis.

Hereditariedade vs. Meio: qual se impõe?


Cada ser de uma determinada espécie,
apresenta características próprias da mesma.
Por sua vez, estes geram seres semelhantes
que herdam estruturas que determinam por
exemplo, que as aves voem, que os peixes
nadem, que os seres humanos falem. Este
processo é explicado pela hereditariedade,
isto é, pela transmissão da informação
genética de uma geração para a seguinte.

Contudo, o meio é factor co-responsável na
determinação das características que
diferenciam as espécies e os indivíduos.

O meio engloba todos os elementos
externos que intervêm no desenvolvimento de
um indivíduo. Neste sentido, pode afirmar-se
que, desde que é concebido até morrer, o
indivíduo sofre influência do ambiente. A
noção de meio, de ambiente, alargou-se até
ao meio intra-uterino.

Conclui-se que a hereditariedade proporciona
potencialidades que precisam de um meio
favorável para se desenvolverem.
A identidade de cada indivíduo é então
resultado desses dois factores.

in:
"Influências da hereditariedade e do meio na construção da identidade"

Para os mais curiosos, eis aqui um texto que explica bem este tema: http://pt.scribd.com/doc/46653188/Hereditariedade-Vs-Meio



Aqui fica um excerto de um texto que se debruça sobre a temática que confronta hereditariedade e meio.
“A questão da hereditariedade e o meio no desenvolvimento humano

A controvérsia hereditariedade e meio como influências geradoras e propulsorasdo desenvolvimento humano têm ocupado, através dos anos, um lugar de relevância nocontexto geral da psicologia do desenvolvimento.No princípio, o problema foi estudado mais do ponto de vista filosófico,salientando-se, de um lado, teorias nativistas, como a de Rousseau, que advogava aexistência de ideias inatas, e, de outro lado, as teorias baseadas no empirismo de Locke,segundo o qual todo conhecimento da realidade objectiva resulta da experiência, atravésdos órgãos sensoriais, dando, assim, mais ênfase aos factores do meio.Particularmente, no contexto da psicologia do desenvolvimento, o problema dahereditariedade e do meio tem aparecido em relação a vários tópicos. Por exemplo, noestudo dos processos perceptivos, os psicólogos da Gestalt advogaram que os factoresgenéticos são mais importantes à percepção do que os factores do meio. Por outro lado,cientistas como Hebb (1949) defendem a posição empirista, segundo a qual os factoresda aprendizagem são de essencial importância ao processo perceptivo. Na área deestudo da personalidade encontramos teorias constitucionais como as de Kretschmer eSheldon que advogam a existência de factores inatos determinantes do comportamentodo indivíduo, enquanto outros, como Bandura, em sua teoria da aprendizagem social,afirmam que os factores de meio é que, de fato, modelam a personalidade humana. Napesquisa sobre o desenvolvimento verbal, alguns psicólogos como Gesell e Thompson(1941) se preocupam mais com o processo da maturação como facto biológico,enquanto outros se preocupam, mais, com o processo de aprendizagem, como é o casode Gagné (1977), Deese e Hulse (1967) e tantos outros. Com relação ao estudo dainteligência, o problema é o mesmo: uns dão maior ênfase aos factores genéticos, comoé o caso de Jensen (1969), enquanto outros salientam mais os factores do meio, como ofaz Kagan (1969).Em 1958, surgiu uma proposta de solução à questão, por Anne Anastasi, quepublicou um artigo no Psychological Review, sobre o problema da hereditariedade emeio na determinação do comportamento humano.O trabalho de Anastasi lançou considerável luz sobre o problema, tanto do pontode vista teórico como nos seus aspectos metodológicos. Isso não significa que oproblema tenha sido resolvido mas, pelo menos, ajudou os estudiosos a formularem a pergunta adequada pois, como se sabe, fazer a pergunta certa é fundamental a qualquer pesquisa científica relevante.Faremos, a seguir, uma breve exposição da solução proposta por Anne Anastasi(1958), contando com o auxílio de outras fontes de informação.A discussão do problema hereditariedade versus meio encontra-se, hoje, numestágio em que ordinariamente se admite que tanto os factores hereditários como osfactores do meio são importantes na determinação do comportamento do indivíduo. Aherança genética representa o potencial hereditário do organismo que poderá ser desenvolvido dependendo do processo de interacção com o meio, mas que determina oslimites da acção deste.Anastasi  afirmou  que  mesmo  reconhecendo  que  determinado  traço  depersonalidade resulte da influência conjunta de factores hereditários e mesológicos, umadiferença específica nesse traço entre indivíduos ou entre grupos pode resultar de umdos factores apenas, seja o genético seja o ambiente. Determinar exactamente qual dosdois ocasiona tal diferença ainda é um problema na metodologia da pesquisa.Segundo Anastasi, a pergunta a ser feita, hoje, não mais deve ser qual o factor mais importante para o desenvolvimento, ou quanto pode ser atribuído à hereditariedadee quanto pode ser atribuído ao meio, mas como cada um desses factores opera em cadacircunstância. É, pois, portanto, mais preocupada com a questão de como os factoreshereditários e ambientais interagem do que propriamente com o problema de qual delesé o mais importante, ou de quanto entra de cada um na composição do comportamentodo indivíduo.Anastasi procurou demonstrar que os mecanismos de interacção variam deacordo com as diferentes condições e, com respeito aos factores hereditários, ela usavários exemplos ilustrativos desse processo interactivo.O primeiro exemplo é o da oligofrenia fenilpirúvica e a idiotia amurótica. Emambos os casos o desenvolvimento intelectual do indivíduo será prejudicado comoresultado de desordens metabólicos hereditárias. Até onde se sabe, não há qualquer factor ambiental que possa contrabalançar essa deficiência genética. Portanto, o indivíduo que sofreu essa desordem metabólica no seu processo de formação serámentalmente retardado, por mais rico e estimulante que seja o meio em que viva.”
Este excerto foi retirado do seguinte website: http://pt.scribd.com/doc/46653188/Hereditariedade-Vs-Meio, caso estejam interessados em ler o texto na integra.